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23.10.09

queria marcar bem um início novo. começou por se livrar de coisas velhas. fez a barba, corou o cabelo, acabou o namoro, bateu o carro e queimou a casa. agora, sem nada, como estava, poderia começar do começo.

21.10.09

tá bom. desisto!
nervoso. balança as pernas. mexe as mãos. se esquece do resto. de todas coisas. obrigações não existem enquanto não se resolve a situação. puxa cabelo. roi unha. vai ter uma parada cardiaca a qualquer momento. faz figa e reza. fecha o olho pede pra todo santo que existir. uma vitória! uma vitória preu não desistir.
em algum palavra esqueceu a vontade. em alguma conversa perdeu o tesão. não sabia por que continuar. não sabia. por quê não? levantou do banco da sala. olhou pra janela do céu, na parede do quarto. fechou os olhos. respirou fundo. pulou o muro da da casa. pulou as calçadas na rua. amanhã voltaria a pensar dentro das linhas. hoje ia procurar novos olhares.

17.10.09

perdido

é noite, todos dormem.
eu sozinho, viro a noite
procurando as fotos daquela viagem

é noite e eu preciso
encontrar algo vivo
entre as lembranças de tempos atrás

é noite e eu respiro
busco ar na poeira das caixas
nas cores de outras noites passadas

é noite e eu resisto
ao sono, ao cansaço e ao frio
para me encontrar nas lembranças alheias

é noite, quase de manhã
e eu encontro outros dias perdidos
com imagens demais para fazerem sentido

é dia e eu me viro
retiro tudo o que disse
só quero dormir e saber que existo

16.10.09

Iria deixar o mar balançar suas verdades. Queria que as mandasse embora. Que as levasse pra longe. Pro outro lado. E que só voltassem àquela praia quando as ondas também já lhe tivessem levado dali.
chocolate e coco
e alegria

9.10.09

pedido

outra dose, outra dose
um abraço bebado
uma queda com risos
mais um beijo escondido

outra dose garçom
pela moça que vem vindo
pra esconder dela o olhos
pra perder nela o corpo e as mãos e pedir

outra dose, mais uma
e calma agora na espera
do não final do sim
e do copo que chega já

com outra dose e a vontade
de deitar a cabeça os ombros
um cafuné de paz e resposta
um cochicho e o sorriso

e outra dose, saideira
pra esuqecer e lembrar
e sair de casa e ver o dia
um sol aqui que vem sei lá pra quem

8.10.09

cornerstone

she was close and she held me very tightly
until I asked awfully politely: "please,
can i call you her name?"

[...]

she was close, well you couldn't get much closer
she said "i'm really not supposed to, but, yes
you can call me anything you want"